Corel Draw: tudo para criar trabalhos de sucesso

O Corel Draw é um dos softwares mais populares no universo da ilustração vetorial. Muito antes da consolidação do Adobe Illustrator, ele já era a ferramenta predileta de profissionais de criação e membros da indústria gráfica. Usado principalmente para o desenvolvimento de cartões de visitas, logos e banners, o Corel também é ótimo para a criação de peças, como layout de sites.

Mas não é só quando falamos de impressos que o programa tem vez. Hoje você conhecerá um pouco melhor a história do Corel DRAW, dicas de como empregá-lo na sua rotina de trabalho e um comparativo entre ele e seus principais concorrentes.

Se essa ferramenta ainda é um mistério para você e o seu uso parece ter perdido a vez no mercado, mostraremos que isso não é verdade. Conheça agora mesmo a história e o legado da primeira ferramenta de edição vetorial a ganhar adesão dos profissionais de design gráfico:

Como surgiu o Corel DRAW?

Não estamos exagerando quando dizemos que o Corel DRAW foi uma das primeiras ferramentas a ganhar lugar no coração de designers gráficos. Lançado há 28 anos, ainda em 1989 o software desenvolvido pela Corel Corporation foi o primeiro a ser pensado exclusivamente para o Windows.

Enquanto programas como o Adobe Illustrator (que já havia sido lançado em 1987) tinham releases dedicados exclusivamente ao Macintosh, o Corel chegou ao mercado pensando nos usuários de PC.

A Adobe levou um certo tempo para considerá-los. Antes de sequer desenvolver uma versão para o sistema operacional da Microsoft, ela experimentou a possibilidade de portar seu software para sistemas como o NeXT, Sun Solaris e Silicon Graphics. O tempo que a empresa perdeu investindo nesses SO, hoje obsoletos, foi suficiente para que o Corel DRAW ganhasse destaque no mercado gráfico.

Embora tenha se aventurado a produzir versões para Mac, a Corel Corporation logo percebeu que esse nicho de mercado não era o melhor para obter rendimentos. Afinal, a popularidade dos computadores Windows sempre foi maior, pois eles não estão atrelados a um hardware específico.

Centrando o seu foco no sistema operacional da Microsoft, a empresa conseguiu se consolidar como uma das maiores produtoras de softwares para o mercado gráfico, lançando inclusive um programa para a edição de imagens ráster ― o Corel PHOTO-PAINT.

Embora o seu concorrente para o Photoshop nunca tenha alcançado o devido sucesso, o mesmo não pode ser dito sobre o Corel DRAW. Desenvolvido por engenheiros altamente especializados, o programa de edição vetorial foi criado para fazer parte do conjunto de ferramentas de publicação da empresa.

Até o seu lançamento, as coisas eram bastante diferentes do que conhecemos hoje. Documentos eram publicados sem ilustrações ou gráficos porque simplesmente não havia um software simples e intuitivo para desenvolver sua criação. Combinar texto e imagens era virtualmente impossível, e esse é provavelmente um dos grandes motivos que fizeram com que o Corel DRAW se tornasse tão famoso.

Desenhar formas, diagramas, gráficos e outros elementos visuais em um PC nunca tinha sido uma das prioridades da Windows ao desenvolver a sua plataforma. Mas tudo mudou com a chegada do Corel DRAW.

Ele entrou no mercado como a primeira alternativa real para se combinar esses elementos em um único lugar e criar diagramações que iam muito além do que se podia fazer com os editores de texto da época. Todos os desenhos eram criados em cores e podiam ser impressos em alta fidelidade. Isso ajudou a impulsionar o design gráfico no início da década de 1990.

As novas versões do Corel DRAW não deixaram de surpreender usuários, permitindo que eles pudessem utilizar uma única suíte de programas para lidar com o tratamento de imagens. Combinado com o PHOTO-PAINT, o software permitia que fossem desenvolvidas soluções gráficas inovadoras.

Hoje, mais de duas décadas depois do seu lançamento, o Corel continua ganhando atualizações e permanece sendo um software competitivo. Sua tecnologia inclui ferramentas como o LiveSketch, um recurso baseado em inteligência artificial que transforma rascunhos em artes finais em apenas alguns instantes.

Muita coisa mudou desde que a primeira versão do Corel DRAW foi publicada. E, ainda assim, ele continua sendo um dos favoritos dentre todos os programas de edição vetorial.

Dicas fundamentais para criar com o Corel DRAW

Trabalhar com o Corel, todavia, nunca foi uma tarefa fácil. Embora familiarizar-se com o software não seja a coisa mais complicada do mundo, a verdade é que ele oferece ferramentas avançadas que podem confundir quem o utiliza pela primeira vez. Para aqueles que estão acostumados a utilizar as soluções da Adobe, como o Illustrator, o Corel DRAW pode representar um grande desafio.

Isso se dá menos porque a ferramenta não entrega um desempenho semelhante e mais porque a sua interface difere da que encontramos na suíte Adobe. Trabalhar com Corel DRAW é ingressar em um universo completamente diferente daquele que encontramos nas ferramentas de seu concorrente, mas nem por isso torna-se um jeito mais complexo de chegar aos mesmos resultados.

Abaixo você confere algumas dicas das quais iniciantes podem se beneficiar ao lidar com o software da Corel Corporation:

1. Aprenda os atalhos

Se você está acostumado com outro software de edição vetorial, o maior desafio ao migrar para o Corel DRAW será aprender seus atalhos. Afinal, o pressionar de algumas teclas para chegar a um determinado efeito se torna algo natural com o passar do tempo. Operamos softwares ou máquinas da mesma forma que aprendemos a tocar um instrumento: por meio de algo conhecido como “memória muscular”.

Todo iniciante pode se beneficiar de uma aula a respeito dos atalhos mais populares na ferramenta. Alguns dos seus comandos mais comuns são muito parecidos com aqueles que utilizamos em outras aplicações, como o Word ou o Paint.

Abrir um arquivo, por exemplo, pode ser feito combinando as teclas Ctrl + O. Do mesmo modo, criar um novo projeto exige apenas pressionar Ctrl + N. Salvar documentos é uma tarefa que pode ser concluída com Ctrl + S ou Ctrl + Shift + S (no caso da criação de um novo arquivo).

O Corel DRAW ainda dará suportes para atalhos como o Ctrl + P (impressão), o Alt + F4 (fechar o software) e o Ctrl + Z (desfazer uma ação). Os comandos para colar (Ctrl + V), copiar (Ctrl + C), recortar (Ctrl + X) e refazer uma ação (Ctrl + Shift + Z) permanecem os mesmos.

Entretanto, as coincidências param por aí. Como o Corel DRAW foi desenvolvido tendo o Windows como prioridade, você verá que ele utiliza muito mais as teclas F1 a F12 do que outros softwares de edição vetorial. Por isso, se você quiser rotacionar um elemento precisará pressionar Alt + F8; mas se tiver a intenção de alterar o seu tamanho, combine as teclas Alt + F9 (para um aumento/redução proporcional) ou Alt + F10.

Alinhar e distribuir elementos também exigirá comandos como o L (esquerda), R (direita), T (topo), B (rodapé) e E (centro). Já agrupar (Ctrl + G), desagrupar (Ctrl + U), combinar (Ctrl + L), descombinar (Ctrl + K), converter em curvas (Ctrl + Q) e transformar um contorno em objeto (Ctrl + Shift + Q) também exigirão combinações de teclas muito diferentes daquelas as quais você se habituou ao utilizar o pacote Adobe.

Depois de se acostumar com eles, porém, navegar pela ferramenta será muito fácil e vai agilizar o seu trabalho. Portanto, faça dessa a sua primeira tarefa ao instalar o Corel DRAW.

2. Descubra como navegar pelos seus documentos

Aprender como navegar pelos seus arquivos é outro ponto importante que qualquer usuário de Corel DRAW precisa dominar. Há uma série de maneiras pelas quais você pode fazer isso e aqui contemplaremos cada uma delas.

O primeiro e principal recurso para navegar por um documento no Corel DRAW é o uso do navegador pop-up. Ele pode ser encontrado no canto inferior direito da sua tela e se parece com um pequeno quadrado.

Ao clicar no navegador pop-up, você deverá deslizar o mouse pela área do arquivo que deseja visualizar. Dessa maneira, será possível mover o seu artboard e ter uma dimensão completa do documento.

Outro estilo de navegação popular é usar o scroll do seu mouse. Para fazer isso, basta movimentá-lo para cima e para baixo a fim de aumentar ou diminuir o zoom aplicado ao seu documento. O recurso “nova janela”, que pode ser encontrado no menu da aplicação, também será conveniente ao navegar pelos seus documentos.

Você pode utilizá-lo para ter acesso a outra visualização do seu arquivo atual, independente daquela em que está trabalhando. O Corel DRAW manterá ambas atualizadas caso seja feita qualquer modificação.

Por fim, outro recurso disponível para navegar pelos seus movimentos é a Hand Tool. Clicando no atalho de teclado H ou no símbolo que se parece com uma mão, você poderá deslizar por toda a extensão da sua imagem. Para voltar para a ferramenta anterior depois de fazer isso, basta clicar na sua barra de espaço.

3. Configure corretamente as cores para impressão

Quando você for de fato trabalhar com a criação de imagens no Corel DRAW, provavelmente será para gerar documentos impressos. Portanto, saiba que há algumas especificidades que todo designer deve observar ao fazer isso. Aprender como configurar corretamente suas cores para impressão é outro ponto essencial a se dominar.

Administrar o perfil de cores utilizado nos seus documentos do Corel não é muito difícil. Para visualizá-lo você precisa apenas clicar em File e, em seguida, em Color Management, escolhendo a opção Document Settings. Ali você poderá ver qual perfil está sendo utilizado no momento e fazer as alterações que achar necessárias.

Se o seu documento estiver em RGB, essa informação poderá ser visualizada no campo Primary Color Mode. É também lá que você poderá fazer suas alterações, sejam elas para CMYK ou para sistemas como o Pantone.

Depois de completar as mudanças necessárias ou de certificar-se que o seu documento tem o perfil de cores correto, basta clicar em OK para salvá-las.

4. Domine ferramentas básicas

O Eyedropper, ou conta-gotas, é o recurso que o Corel DRAW disponibiliza para que você copie os vários perfis de cores utilizados em seu documento e os reproduza em outros objetos. Essa é uma ferramenta fundamental para criar gráficos, diagramas e ilustrações coloridas sem precisar submeter o valor hexadecimal delas a cada alteração.

Utilizar o Eyedropper é bastante simples, principalmente quando você opta por fazê-lo com auxílio do Interactive Fill. Basta clicar no menu Window e, em seguida, selecionar Dockers e Color.

Assim, ao navegar pelo seu documento, será possível copiar cores utilizando o Eyedropper e aplicá-las em objetos. Essa opção permitirá que você armazene todas as cores da sua paleta e, em seguida, utilizá-las selecionando com a Interactive Fill Tool.

Exportar e importar trabalhos no Corel DRAW

Apenas aprender como lidar com o Corel DRAW para fazer a edição de imagens e textos não é o suficiente. É imprescindível que você tenha conhecimento de todos os recursos de exportação que a ferramenta disponibiliza. São eles que vão garantir que as suas entregas estejam dentro das expectativas.

1. Quais são os formatos de exportação do Corel DRAW?

O principal é o CDR. Conhecido como Corel DRAW File, é um formato proprietário, ou seja, que pode ser lido apenas por softwares específicos. O CDR é compacto, isto é, aproxima-se muito de um .zip ou .rar. Ele é composto por múltiplos arquivos que são lidos simultaneamente por softwares habilitados para isso.

O CDR pode ser lido por programas como o Inkscape (utilizando o conversor UniConvertor), o LibreOffice (com ajuda do libcdr) e o Xara, além, é claro, de versões anteriores do próprio Corel DRAW. Essa limitação é o suficiente para que você entenda que nem sempre exportar um arquivo nesse formato é o ideal.

Se você precisa ler ou editar um arquivo do Corel DRAW em outras aplicações, opte pelos formatos JPG, TIFF, BMP e EPS, além do PDF. Para fazer a exportação para esses formatos, você deve abrir o menu File e clicar na opção Export.

Entretanto, como saber qual é o formato ideal para cada aplicação? Essa é a pergunta que responderemos a seguir.

2. Em que formato devo salvar arquivos que serão lidos por outras aplicações?

Se o seu objetivo é utilizar um documento criado no Corel DRAW em aplicações como o Adobe Illustrator, há uma maneira simples de fazer isso. Basta identificar os tipos de arquivos mais indicados para interoperabilidade.

Se você tiver um arquivo CDR, sempre precisará realizar a sua conversão para visualizá-lo em outro programa de computador. Como citamos anteriormente, Inkscape, LibreOffice e Xara possibilitam que isso seja feito.

Entretanto, quando se sabe que um arquivo não será aberto pelo próprio Corel DRAW, o ideal é salvá-lo em um formato aberto, comum a quase todos os softwares de edição vetorial e, por isso, a sua melhor escolha.

Se for o caso, salve suas imagens em EPS ou em SVG. Ambos podem ser lidos por todos os programas vetoriais.

Caso tenha recebido um arquivo do Corel e não possa exportá-lo em outro formato, você tem duas opções: baixar uma versão de testes desse software e fazer a exportação do arquivo em um formato que atenda melhor às suas necessidades ou utilizar uma ferramenta como o Zamzar.

3. Como importar arquivos de outras aplicações para o Corel DRAW?

Há um recurso no Corel que o ajudará a fazer a importação de arquivos de outras aplicações: o Converter Macro. Para ter acesso à ferramenta, basta clicar em Tool, Macros e Run Macro.

Em seguida é preciso apenas selecionar a pasta que contém os arquivos que deverão ser convertidos e adicioná-los à sua lista. Essa ferramenta é ideal para modificar arquivos que não foram feitos em CDR para o formato oficial do Corel DRAW e, com isso, facilitar a sua visualização.

4. Como deixar meus arquivos do Corel DRAW mais leves?

Uma questão sempre pertinente para o designer gráfico é como fazer os arquivos ficarem menores. Felizmente o Corel DRAW oferece algumas alternativas para esse dilema.

Como já frisamos anteriormente, todos os arquivos CDR são compactados automaticamente. Isso significa que eles já estão no menor tamanho possível. Mas ao salvar PDFs e JPGs, você sempre pode poupar espaço fazendo escolhas acertadas.

Uma das maneiras típicas de se fazer isso é não converter as suas fontes em curvas. A não ser que essa conversão seja necessária, como no caso do uso de fonte para logo, esse passo simples pode ajudá-lo a economizar uma quantidade considerável de espaço.

Mudar as configurações do PDF também pode ser uma boa opção. Ao optar por salvar arquivos nesse formato, uma caixa de diálogo se abrirá e você terá como alternativa fazer algumas modificações. Clique em Objects para diminuir a taxa de compressão das imagens no seu arquivo e, em seguida, faça sua exportação normalmente.

Na hora de diminuir o tamanho de um JPG, uma ação semelhante pode ajudar. Desmarque a opção Embed color profile para deixar seus arquivos mais leves.

Corel DRAW vs. Adobe Illustrator

Quando um designer gráfico escolhe um software para trabalhar, ele está pensando no que pode ser melhor para o seu processo criativo. Por isso, não poderíamos terminar este artigo sem uma comparação honesta entre os dois softwares líderes de mercado. Entre Adobe Illustrator e Corel DRAW, qual é a melhor opção?

Responder a essa pergunta, todavia, não é tão simples assim. As diferenças que fazem com que Corel DRAW e Illustrator sejam colocados um versus o outro são, muitas vezes, o que atrai usuários para cada uma das plataformas.

Antigamente era tão objetivo chegar a uma resposta quanto perguntar qual sistema operacional quem lhe fez essa pergunta utilizava. Para os usuários de Windows, o Corel era uma opção natural; enquanto para quem possuía um Macintosh, o Illustrator era a única alternativa.

Hoje, responder baseando-se apenas nisso só é possível para descartar o Corel como uma opção. Há alguns anos, a Corel Corporation não produz versões de seus softwares para os computadores da maçã, e isso faz com que reste apenas a opção da Adobe.

Já quem possui um PC precisa fazer uma escolha dura. Afinal, ambos os softwares têm ferramentas igualmente capazes para fazer com que o trabalho com vetores seja simples.

Se você tiver essa opção, o melhor é aprender a lidar com os dois programas. No mercado sempre existirão empresas que vão exigir conhecimento amplo e você estará mais bem equipado como profissional se puder dominá-los.

No geral, o CorelDRAW tem inúmeras vantagens, como sua ferramenta para alinhar objetos, recursos para edição dos pontos de um vetor e tarefas como a execução do kerning de um texto. Enquanto nesse software é preciso clicar em apenas uma ou duas teclas para completar essa tarefas, o Illustrator exige um pouco mais de esforço.

Entretanto, muitas pessoas descartam completamente o Corel DRAW porque ele é cheio de efeitos vetoriais que podem levar designers a vícios. Quando utilizados em excesso, são facilmente reconhecíveis e podem prejudicar a qualidade do seu trabalho. Mas não é porque esses efeitos existem que você é obrigado a usá-los.

Resumindo: é possível fazer um trabalho tão bom no Corel Draw quanto no Illustrator. Tudo dependerá de como você se comporta como profissional.

Quem é adepto do Corel DRAW sabe que ele funciona de uma maneira muito mais intuitiva do que o Illustrator, e não o troca por nada. Ainda assim, muitos deixam de se aproximar desse software porque ele não parece “moderno o bastante” ou não tem uma interface tão bem distribuída quanto a do concorrente.

Pelo domínio que exerce em indústrias como a da produção gráfica, o Corel DRAW não será aposentado tão cedo. Saber lidar com essa ferramenta, portanto, ainda é uma ótima ideia.

Conclusão

O Corel DRAW ainda é uma das melhores ferramentas que um designer gráfico dispõe para executar a sua função. Utilizá-lo na criação de trabalhos de sucesso é uma questão de prática e empenho. Se você der uma chance a ele, definitivamente não vai se arrepender ― desde que não espere que se comporte de maneira idêntica aos softwares da Adobe.

Lidar com o Corel Draw é aprender a trabalhar em uma suíte de programas gráficos completamente diferente das demais. E, por isso, pode ser uma grande aventura.

Dominá-lo, porém, não é a única coisa que você precisa fazer para se tornar um designer de sucesso. Baixe o e-book Trabalho Freelancer e descubra os segredos para chegar lá!