Criar um logo é das coisas mais importantes que se pode fazer por uma marca. Afinal, esse elemento é tão poderoso que pode transcender a barreira da linguagem e, quando feito corretamente, resume a essência de um negócio em uma única imagem.
Um projeto de criação de logo feito de forma inteligente pode definir um marco em um mercado lotado de imagens e marcas. Por isso, boa parte dos negócios se perguntam rotineiramente: “como criar um logo que gere reconhecimento do meu público instantaneamente?”.
Muitos deles conseguem fazer isso com um certo grau de sucesso e outros tantos não. Alguns deles o fazem tão bem que podem se dar ao luxo de renovar suas marcas com o passar do tempo, excluindo até o nome de seus estabelecimentos da equação e passando a ser reconhecidos apenas pelo símbolo que fizeram deles famosos.
Pegue, por exemplo, a marca da Starbucks, que em 2011 passou por uma remodelagem na qual o nome da empresa foi retirado. Como a sereia já havia se tornado um símbolo na história da empresa e podia então ser considerada tão conhecida quanto os arcos amarelos do McDonald’s ou o swish da Nike, a companhia acreditou ser a hora de confiar de vez em seu ícone. Ela estava certa.
Mas criar um logo ou redesenhar um já existente pode ser um processo transformador e até mesmo traumático. Isso foi provado pelo Google recentemente, quando uma simples mudança em detalhes da serifa em sua logo afetou milhares de pessoas que convivem e interagem diariamente com a empresa, causando um alvoroço nas redes sociais.
Quando a marca optou por uma nova tipografia para grafar o seu nome, milhares de usuários se viram órfãos de seu logo multicolorido original e pediram o seu retorno. O Google, entretanto, manteve a sua decisão pela mudança e continuou firme na ideia de partir para uma logo mais limpa e moderna.
Embora o processo de criação de um logo possa parecer uma tarefa um tanto quanto desafiadora, não precisa ser assim. As 7 dicas a seguir vão lhe ajudar a ter um resultado incrível em sua jornada e simplificarão muito o seu trabalho como designer. Por isso, fique atento a elas e as consulte sempre que precisar.
1. Como criar um logo: não se apaixone pela primeira opção
Quando um designer se prepara para criar um logo, um dos problemas mais comuns é ele se apaixonar pela primeira criação e acabar ficando preso àquele conceito inicial. Mas, em geral, o processo de brainstorming envolve o desenvolvimento de várias ideias — muitas mesmo — e esse é um passo vital para criação de um logo.
Porém, alguns designers ficam tão enamorados de suas primeiras criações que não conseguem fazer alterações de acordo com as demandas do cliente e isso é um problema. Após apresentarem a primeira versão, recebem um feedback sobre ela e, por mais positivo que ele seja, não são capazes de colocar a cabeça no lugar para aplicar as alterações solicitadas porque acreditam que já chegaram à melhor alternativa possível.
Você pode imaginar como isso se torna um problema. O cliente não consegue chegar ao resultado que ele imaginava e o designer não se desapega do layout inicial, que, para ele, estava muito bom. Ou seja, ambos ficam presos a resultados insatisfatórios, que não precisavam ser assim.
É seu papel como profissional oferecer a melhor solução para o seu consumidor e não necessariamente entregar a ele a sua versão favorita de uma série de layouts. Por isso, nunca construa laços com os seus designs antes, durante ou depois do processo de criação. Assim é mais fácil fazer mudanças conforme demandado e se adaptar ao contexto ao seu redor.
Deixe para se apaixonar por seus projetos pessoais e pelas criações que faz nas horas vagas. Quando estiver trabalhando para um cliente, lembre-se da sua responsabilidade de atender bem ao briefing.
2. Compreenda em que momento o negócio está
Para conseguir criar um bom logo, um designer precisa se colocar no lugar do seu cliente por pelo menos alguns instantes. Ou seja, é necessário que ele entenda em que momento aquele negócio está e como ele pretende superar os seus desafios mais próximos.
É importante, portanto, que o profissional possa compreender se a empresa em questão está passando por algum tipo de reformulação, mudou sua visão, missão ou valores nos últimos meses e se vale a pena incluir essas informações na sua identidade visual. Muitas vezes, esse é o caso e deixar tais informações de lado poderia resultar num trabalho pobre da sua parte.
Todavia, em outros tantos cenários, a empresa quer apenas mudar de cara e não pretende rever sua atuação. Aí é seu papel repaginar apenas a sua estética, trabalhando para dar-lhe um re-design mais atual, que possa melhor atendê-la.
É seu papel saber distinguir ambas as situações e garantir que a sua criação está em sintonia com o momento da empresa, qualquer que seja ele. Tente visualizar o problema do ponto de vista do seu cliente e assim será mais fácil solucioná-lo.
3. Entenda o público do seu cliente (e não os gostos pessoais dele)
O design é uma paixão e, compreensivelmente, isso pode influenciar você e o seu cliente no momento da criação, mas é importante não se deixar levar. Lembre-se que você não é o seu cliente e, mais importante ainda, que o seu cliente também não é o seu público-alvo final.
O que estamos tentando dizer com isso? Que quando você projeta um logo, por mais que você queira agradar à pessoa que está aprovando esse layout, não é ela que deverá se sentir atraída por essa criação. São terceiros que passarão na porta de sua loja, visitarão o seu website e receberão seus cartões de visita e deverão se sentir impressionados pela existência daquele logo.
Portanto, grande parte do processo de criar um logo consiste em entender (e fazer com que o seu cliente entenda) quem são os usuários finais, ou seja, as pessoas que vão de fato interagir e se engajar com a marca todos os dias — quem elas são realmente. Do que gostam, que lugares frequentam, que tipos de produtos consomem e com que frequência?
São as respostas para essas perguntas que você precisa ter na ponta da língua para conseguir projetar melhor. Um bom entendimento do público-alvo de seu cliente é o que fará a diferença no resultado final da sua criação e, por isso, é algo impreterível para que você execute um bom trabalho.
Afinal, o seu objetivo é criar algo que será a ponte para recrutar novos fãs para essa marca e você quer conseguir converter aqueles que não estão familiarizados ainda com o negócio em fãs e ávidos consumidores. Para isso, não basta fazer o seu cliente feliz com uma marca que agrada ao seu senso estético e às suas demandas como consumidor. É preciso ir ao encontro das necessidades de uma porção de pessoas para criar uma marca que dure para sempre.
4. Sempre mantenha (e eduque o seu cliente para) o processo
Comunicar-se bem é algo fundamental em todos os processos de criação e no design não seria diferente. Por isso, para criar um logo bem-sucedido, você precisa estar em sintonia com o seu cliente o tempo todo. Para a maioria dos clientes, essa é uma experiência completamente diferente de tudo que eles já fizeram na vida, portanto, é preciso proporcionar a eles maneiras de estar em contato com você ao longo de todo o processo para que tudo corra bem.
Educando-os a respeito das etapas do design e esclarecendo-os sobre os detalhes do seu trabalho, é possível fazer as coisas de uma maneira muito melhor. Se você tirar um tempo para conhecer o negócio e a cultura do seu cliente, poderá se aproximar dele e entender as suas expectativas, incluindo-o no processo. Isso não significa transformá-lo em um designer, mas sim dar a ele a chance de participar e ter a sua voz ouvida.
5. Seja fiel à marca
Em todo processo de criação é importante, acima de tudo, manter-se aberto para novas ideias e conceitos, mas é raro que inventemos a roda. Ou seja, ninguém surgirá com uma ideia completamente nova e diferente de tudo que já foi experimentado por aí. É muito mais provável que o seu cliente queira manter algumas características típicas e elementos reconhecíveis da sua indústria ou de uma identidade que a sua própria marca tenha utilizado no passado.
Já reparou como marcas de escritório de advocacia e de médicos tendem a ser muito parecidas? Não é porque todos os designers do mundo tiveram as mesmas ideias. É porque há signos extremamente arraigados a essas profissões que identificamos com facilidade e, por isso, continuam em uso.
Quando surgem novas empresas nessas áreas, elas preferem se ater a símbolos comuns do que reinventar todas as suas indústrias. E o ciclo continua. Por isso, se você estiver trabalhando em uma área que tradicionalmente tem símbolos e significados associados a ela, pesquise-os e utilize-os em seu processo de criação.
É claro que encontrar elementos únicos e diferenciados do negócio e incluí-los em seu logo é importante. Mas criar uma marca memorável e única é encontrar uma interseção saudável entre o novo e o tradicional.
6. Simplifique
Lembra lá na introdução, quando falamos do branding da Starbucks? A cafeteria nos ensinou — assim como o McDonald’s e outras grandes marcas ao redor do mundo — que menos é mais. Em outras palavras, que às vezes, tudo que um logo precisa é retirar elementos que estão sobrando até que reste apenas a ideia essencial por trás dele.
Criar uma identidade visual pode resultar em composições que tem informação demais. Tendo isso em vista, em vez de exagerar, o que recomendamos para você é o contrário: simplifique. Tente pegar uma ideia única, forte e que expresse o conceito de uma empresa e atenha-se a ela.
7. Pesquise, pesquise e pesquise
Não é possível criar uma marca sem pesquisar o suficiente a respeito dela. Por isso, o seu nome do meio durante o processo de criação deve ser pesquisa e a sua única tarefa ao longo desse período também. Pesquisar será parte da sua rotina de trabalho dia e noite e provavelmente se tornará uma atividade até um pouco tediosa, mas com certeza compensará no futuro.
Isso porque quanto mais você pesquisa a respeito de referências e do que pode fazer pelo seu cliente, melhores são os resultados que você tem a proporcionar. É um bom conjunto de informações, somado ao talento e a um briefing bem redigido que vão direcionar o seu trabalho no caminho certo e garantirão que a sua logo será exatamente como o seu cliente sempre imaginou e atenderá as expectativas de seus consumidores.
Leia sobre a área de atuação da empresa dele, conheça outras empresas do segmento, verifique o que você pode fazer em termos de materiais e aplicações e faça de tudo para surpreendê-lo. O seu papel como designer é criar soluções incríveis, portanto, não o desaponte!
Criar um logo não é uma tarefa simples, mas também não precisa ser a coisa mais difícil que você já fez em sua vida. Tudo que você precisa é de bastante persistência para desenvolver tantas opções quanto forem necessárias, atenção para entender o negócio do seu cliente a fundo e o seu público-alvo, jogo de cintura para mantê-lo informado ao longo do processo e muita pesquisa. Além disso, é claro, ter atenção aos detalhes, talento para simplificar ideias e a habilidade de ser fiel a um conceito podem ajudar.
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